TRABALHAR É BOM, MAS GANHAR DINHEIRO É BEM MELHOR?

05/02/2018

A primeira coisa que uma pessoa desempregada em meio a uma crise pensa, é como irá fazer para sobreviver e manter sua família. E a resposta vem sempre no olhar para o lado, o que meu vizinho está fazendo como empreendedor e que eu posso fazer também? 

Chama-se a isso "empreendedorismo por necessidade", em que, no desespero, o indivíduo não se dá ao trabalho de pensar em todas as alternativas que tem para fazer o dinheiro da indenização render. 

As estatísticas vem mostrando que o emprego vem crescendo em número maior na informalidade, no chamado trabalho por conta própria. Deixadas de lado as preocupações com aposentadoria, esta parece a saída para quem tem disposição para o trabalho duro, e que em geral conta no seu entorno com outros desempregados, seja na família, seja no seu círculo de conhecidos, dispostos a trabalhar sem carteira assinada. 

Num primeiro momento dessa crise, em que o desemprego atingiu os de alta escolaridade e qualificação, o que se viu foi a febre dos 'food trucks', onde os candidatos a 'masterchefs', podiam, com um investimento relativamente baixo, se arriscar no campo da gastronomia. 

A enxurrada de projetos nessa área levou à quebradeira os desavisados das dificuldades do negócio, e ao surgimento daqueles que viram oportunidade na locação de áreas de estacionamento e criação de sites agregadores. 

Mais tarde, com o avanço da crise, o desemprego veio a atingir forte os menos qualificados, meio em que foram surgindo novos candidatos ao fracasso, como os 'vendedores de quentinha', os 'pizzaiolos de R$ 10,00', e agora, mais recentemente os do "carro do ovo". 

É como numa corrente, os primeiros a entrar ganham muito dinheiro, e os que vem depois se decepcionam, posto que a divulgação do sucesso dos que começaram a onda, leva uma multidão a querer fazer a mesma coisa. No passado já tivemos a febre das carrocinhas de cachorro quente, a onda dos trailers e do ovo de codorna, com muita gente andando para trás e perdendo dinheiro. 

Toda essa instabilidade nesses pequenos e médios negócios de ocasião, que aparecem justamente nos momentos de desemprego, se dá devido ao baixo nível de educação financeira do brasileiro. 

Na crise a primeira coisa em que ele pensa é "como vou continuar consumindo e mantendo meu padrão de vida?", ao invés de "o que irei fazer para este dinheiro da indenização render até a crise passar e encontrar um novo emprego?". 

Estamos a quatro anos numa crise muito grave, sendo que em três deles com uma forte recessão, e com a saída da crise pelo ajuste fiscal sendo prejudicada a cada dia pela política e por interesses corporativos. 

Em 2013, antes das eleições, os disgnósticos já indicavam que algo não ia bem, e que o pior estava por acontecer. E quando a crise veio a dar sinais de que fortes de que se aguçaria, a maioria continuou a enfiar o pé na jaca, e não se programou para ser mais um a ser colocado no olho da rua. 

Os ricos e endinheirados, mais antenados com a realidade, e acostumados a se programar financeiramente, encilharam seu dinheiro, e partiram com força para o mercado, num primeiro momento em aplicações atreladas a inflação, e agora ao risco da renda variável. 

Estes estão a trabalhar pouco e a ganhar muito, enquanto que aqueles que ainda não aprenderam a controlar seus orçamentos, estão a trabalhar muito em seus negócios de oportunidade, vendo seu volume de vendas cair cada vez mais, por não terem aprendido que, na crise é melhor investir para gastar quando ela passar, do que continuar gastando e trabalhando duro apenas para sobreviver.

BIRA DE OLIVEIRA

Feliz Sem Idade - Neoguru Birya Sancho
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