QUANDO A VITAMINA B12 PODE TE MATAR

Acometido por dores nas pernas procurei por cuidados médicos. A princípio como o que sentia parecia ser na pele, busquei um dermatologista.

Este relatou um quadro de pele ressecada para a qual receitou um creme a base de ureia a 10%.

A dores continuaram.

Pensei então em varizes. Busquei um Angiologista que negou que eu as tenha, e atribuiu o mal a alguma lesão nervosa.

Foi quando minha neurologista, mesmo não se referindo ao que se tratava me receitou uma suplementação de vitamina B12, mais precisamente Citoneurin 5000.

Começava ai o meu inferno!

Meio resfriado, comecei a sentir coceira, dor, vermelhidão, inchaço, que atribui ao uso de um descongestionante nasal. Interrompi o uso mas as manifestações alérgicas se ampliaram, me sentido cada vez pior.

Paralelamente já estava na quinta dragea do uso da B12 receitada, quando me veio o insight, "não  seria uma alergia a vitamina"?

Joguei no Gogle e obtive a confirmação, sim, era uma manifestação adversa ao uso do remédio.

"Alguns dos efeitos colaterais de Vitamina B12​ sintética podem incluir reações alérgicas, com sintomas como coceira na pele, urticária, broncoespasmo e angioedema, o que pode vir a ser fatal."

Dia seguinte, medicado com cortisona por um experiente clínico geral privado, me dediquei a expressar as reflexões que fiz, das opiniões que ouvi durante a crise.

"Não vá ao posto de saúde, ou a emergência pública. Eles te darão soro e te mandarão de volta para casa.

Na busca de uma solução do problema, comentei com uns amigos o desejo de ir a uma emergência pública. A resposta acima foi unânime, além da célebre "beba bastante àgua" que sai na urina. 

Minha sorte foi no caminho consultar o guia médico do meu plano, e encontrar ajuda próxima a mim.

"Você já tomou vitamina B12 alguma vez, ou não? O médico deve ter constatado, mesmo sem ter feito o teste. Existem medicamentos que antes não provocavam alergia mas que depois passaram a provocar."

Não, a questão não foi levantada na consulta com o Clínico, mas no diálogo que mantive com um amigo que, na feliz idade como eu, expressou a vulnerabilidade que padecemos, e o quanto temos de estar cercados por geriatras e exames periódicos.

Mas a questão aqui é outra. Não se trata do quanto podemos ser relaxados com a nossa saúde, ou do quão idiotas podemos ser diante dos deuses da medicina.

Talvez, nesses compostos tipo Geriatrin, Centrum e outros seja comum a ingestão de Vitamina B12 em pequenas concentrações da fórmula .

Mas pura, numa dosagem 5000ui como é o Citoneurin, não.

Para mim, ficou a impressão que foi uma tremenda pisada de bola da médica, ao não considerar a minha idade, e passar batido pela bula do remédio, não trabalhando na rara hipótese dos seus efeitos colaterais.

Não tivesse sido levada apenas pela propaganda do divulgador do laboratório, com suas amostras grátis, brindes e convites para participação de coffee breaks e seminários de apresentação de produtos, teria ido a internet para avaliar o que viria a me prescrever. E olha que na internet o que não  falta são advertências, em sites especializados e outros.

Sem querer fazer drama, mas meu caso poderia ter sido fatal!

A bula do medicamento passa pela possibilidade de um efeito colateral de uma maneira genérica, e até manda aumentar a dosagem para os casos de neuralgia (aprendi depois), como o meu.

Não têm nem um "em caso de... pare imediatamente, tome (sei lá!) um copo de veneno (risos) para então buscar socorro médico". 

Nós, os feliz sem idade, estamos no meio de um sistema, a beira de sermos assassinados por uma industria médica que só visa o lucro, e só eu sei o sufoco por que passei!

"Bom observar os remédios que foram ingeridos e depois comentar na próxima consulta. O complexo de vitamina B é necessário tanto quanto a vitamina D."

O paciente não é culpado por ser humilde e tolo diante da ciência e do saber.

Tudo que ingerimos quimicamente é "remédio", drogas sintetizadas em laboratório, que irão resultar em riscos de rejeição por parte de alguns.

O bom seria encontrar na alimentação tudo aquilo que produzem, mas nas carências, aquilo que comemos nem sempre é o suficiente, daí a busca por medicação suplementar sujeita a riscos.

Na verdade, por não termos seguido padrões alimentares corretos no tempo e na idade certa, ficamos nas mãos de uma indústria que tem nos intermediários médicos seu grande sustento, numa batalha sem fim pela indicação de novas drogas e seus benefícios.

Não tivesse um plano de saúde, e fosse parar no precário sistema SUS, a essa hora talvez não estivesse teclando esse artigo, com o quadro alérgico já se dissipando, graças a Deus!

Mesmo assim, farei uma notificação ao "Notivisa", sistema da Anvisa para casos como este, relatando as falhas que encontrei, tanto na indicação, pela médica, quanto na bula do medicamento, para que não só eu, mas meus diletos amigos e companheiros leitores do blog continuem a viver bem, feliz sem idade.

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