O Irlandês

Três pesos pesados, três lendas vivas do cinema, Robert de Niro, Al Pacino e Joe Pesci num filme de Martin Sorsese, em que a Netflix demonstra que não está nem aí para a concorrência em sua aposta de qualidade no conteúdo, de olho num Oscar que certamente há de vir com "The Irishman (O Irlandês)".

Muito mais que uma história de gangsters, "O Irlandês" é um filme sobre os valores que ditam as regras do mundo do crime, para quem, o que importa é a conduta na direção do objetivo comum, no caso, o conceito de família mafiosa.

E nele a amizade e o amor pouco importam quando se tem a determinação de que o compromisso foi quebrado.

E não há arrependimento diante das consequências, sentimento de culpa, nem tampouco perdão. O que foi feito, foi feito, e pronto, Deus é o fiel da balança diante do livre arbítrio do homem por suas escolhas.

Como cinema, "O Irlandês" parece uma daqueles produções de hoje, que para não parecerem enfadonhas são transformadas em série.

Em suas três horas e pouco de duração, pode até levar o espectador a um certo cansaço com o ritmo da narrativa, mas deixar de assistir, nem pensar, pois o desenvolvimento da história até seu final, vale a pena insistir entre um pequeno cochilo e algumas pausas, quem sabe até deixando para continuar depois, nessa brilhante produção.

Um outro lado dessa parceria Netflix/ Scorsese é que, tal como no documentário da turnê de Bob Dylan, "Rolling Trunder Review", "The Irishman" mistura a verdade ficcional - o filme é baseado numa história real -, com imagens da realidade, para mostrar o quanto corrupção e política sempre andaram juntas.

E a destacar também a versão cucaracha de "Delicado", do nosso Waldir Azeredo fazendo parte da trilha sonora.

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