NOSSO BULLYNG DE CADA DIA

01/01/2020
Geneticamente não é fácil envelhecer, mas também não é difícil não se sentir velho, seja por hábito ou por educação.

Caminhando para a velhice, venho sofrendo com o "bullying da 3a. idade".

Não é fácil ficar ouvindo a toda hora os elogios, ou assistindo a surpresa daqueles que se deparam com a sua idade real diante do seu jeitão, da sua aparência e da sua maneira de ser e pensar.

Sou de uma geração que exercitou os costumes com muita liberdade, e que aprendeu que ser rebelde ou descolado vai muito além do simples estado de espírito, faz parte da nossa natureza, do nosso DNA.

Além disso , por termos incorporado à cultura a nossa experiência de vida, ficamos alguns anos de diferença a frente do chamado "status quo".

Só a cultura, e não estou falando aí da educação formal, dos anos de escola, mas do interesse pelas artes em geral, já nos dá uma sobrevida que muito influi naquilo que somos, ou que aparentamos ser.

E a cabeça nessa hora vai atrás, fica ligada no tempo, naquilo que está rolando, seja qual for a área cultural do seu interesse.

Outra coisa foram as nossas vivências do lado do amor.

No geral nos recusamos a ser simplesmente homens ou mulheres para nos tornar humanos, um tipo de gente que se mistura em gêneros diversos sem carregar bandeiras.

Geneticamente não é fácil envelhecer, mas também não é difícil não se sentir velho, seja por hábito ou por educação.

E é justo aí que vem o choque.

Por que o jogo do nós e eles, dos mais jovens e dos mais velhos, se temos tudo para nos relacionar bem em muitos campos comuns?

Ser "velho" não é ser burro, se vestir mal, não ter uma vida sexual ativa e uma boa cabeça para se manter na solidão, seja por viuvez ou separação.

Por que essa insistência de ser um animal gregário e ter que fazer tudo aquilo que todo mundo faz?

Por que não ser rebelde e ir de encontro aos costumes que o marketing da indústria procuram lhe impor?

Por que ter de seguir a filosofia pronta, estampada em estórias de gente que não se sabe direito se existiu, e se existiu, como viveu enquanto cidadão comum?

Quando chegam para mim e dizem aquele "não parece a idade que tem", menos que vaidade me vem o choque da segregação, aquele "chega para lá coroa que você não é do nosso time, da nossa geração, seu velho".

Ou quando a namorada, depois de ter experimentado a novidade do sexo com generosidade, fica chocada quando descobre sua idade e diz, "você é mais velho do que meu pai!".

Não seria muito mais legal ficar calado(a) e querer saber como deixar de ser medíocre e vulgar, aprender alguma coisa que lhe faça crescer e envelhecer bem?

O bullying da terceira idade está ai, nas filas exclusivas dos mercados, cheias de filhos e netos preguiçosos pendurados nos carrinhos para ganhar mais tempo.

Nos bancos dos onibus com gente babaca fingindo estar dormindo para não ceder o lugar.

Nos descontos em tudo que tenha a ver com o inútil prazer de se divertir vom o que esta na moda.

Nas áreas sociais exclusivas, e tudo mais que diga "só para idosos".

Preconceito, deseducação, gueto!

Se todos tivessem a oportunidade de ter passado pela vida sem ter que apresentar carteirinha para trabalhar, estudar, amar, essa merda da diferenciação por idade não existiria, velhos e jovens seriam mais gente, e certamente estariam vivendo em união e bem melhor.

#tiozinhodabarbabranca #ByraDiOliveira #OEstragaRaça #bullyng #terceiraidade

Feliz Sem Idade - Neoguru Birya Sancho
Todos os direitos reservados 2017/21
Desenvolvido por Webnode
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora