A Primeira Tentação de Cristo

14/12/2019
A Bíblia enquanto livro sagrado inspira grandes transformações em muitos, e suas passagens estão divididas em duas partes

Tenho o maior respeito pela féĺ alheia, seja ela a dos cristãos, islamitas ou judeus, assim como respeito os que não têm fé e seguem vivendo, por isso não tomo a religião como um dogma absoluto.

Fui interno em colégio católico onde me tornei cavaleiro de uma Ordem, que treinava os garotos pobres como eu para se tornarem padre.

Foi um tempo de pecado e confissão, recebendo indulgências pelas minhas boas ações e remissão para os meus erros (difícil falar de pecado num garoto de 10 anos de idade).

Acho que por isso me tornei o que sou, uma pessoa temente a Deus, que ora e O respeita, mas que não crê que Jesus Cristo seja o único filho Dele.

E é aí que o especial de Natal do "Porta dos Fundos" vai ao encontro daquilo que penso. Cristo, embora seja um dos maiores profetas da humanidade, ao lado de Moisés, Maomé, Budha, Osho, Kardec e outros, é gente como a gente que não veio ao mundo apenas para nos salvar, mas para também viver a sua vida como um pobre mortal.

Por que então toda essa ira contra o Porchat e o seu pessoal, se o que nos contam sobre a vida de Cristo começa nos seus 30 anos?

Acho que pouco deveria importar aos que nele crêem, se antes disso tivesse sido assaltante de caravanas no deserto, gigolô ou gay.

A Bíblia enquanto livro sagrado inspira grandes transformações em muitos, e suas passagens estão divididas em duas partes, sendo que na primeira muita sacanagem rolou, e Cristo só surge nela a partir da segunda, tida como o Novo Testamento.

Não tenho problema com minha família cristã, metade evangélica, metade católica, e fico perplexo com a falta de bom senso daqueles que querem nos impor uma moral, que o Nosso Bom Deus, fraterno, justo e companheiro, que provê nossas vidas de todo sustento espiritual que necessitamos, não possa ser como aquele Tiozão da "Primeira Tentação de Cristo".

Num país em que a única teve ligada a uma religião enche suas histórias bíblicas de referências eróticas, e que nas canções de louvor tem-se dificuldade para distinguir o amor sagrado do profano e carnal, parece hipocrisia querer guardar o riso diante do humor escrachachado desse especial inteligente que a Netflix nos trás.

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Feliz Sem Idade - Neoguru Birya Sancho
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