UMA ANDORINHA QUERENDO VIVER ETERNAMENTE NO VERÃO

Viver é bom, ser feliz também. 

Mas a felicidade tem um preço, e esse preço não é cobrado aos 61 anos, como quer fazer crer o autor do artigo "Viver ou Guardar Dinheiro", Mas Gehringer. Hoje se vive muito mais, desfruta-se melhor a vida, com saúde e sabedoria. 

Mas o corpo humano é uma máquina que funciona bem até um determinado limite de tempo, e esse limite não é igual para todos. 

E os que não tem a "sorte" de morrer de maneira inesperada e surpreendente amargam geralmente o peso da enfermidade, e esta, infelizmente, custa caro. 

Além do mais, nos dias de hoje, as incertezas econômicas trazidas pelos problemas de moradia, transporte e alimentação, entre outros, afetam tragicamente aqueles de mais idade. 

No tocante a moradia, idosos são expulsos de seus lares pela especulação imobiliária, ou pela necessidade familiar de se desfazer de um imóvel em prol do interesse comum a todos. 

O transporte público exclusivo limita a mobilidade, e a inflação retira das aposentadorias o poder de compra de alimentos e remédios. 

Diante de tudo isso cabe a pergunta ao autor, como haverá de viver aquele que não poupa, conseguindo guardar fundos suficientes para enfrentar a adversidade? 

Nesse ponto estão corretos os mais jovens que se preocupam com seu bem estar financeiro, há de se viver, mas sem esquecer de se capitalizar para enfrentar o futuro, não apenas para se dizer rico, mas para ter que viver as vicissitudes que talvez tenham vivido seus pais. 

Como na fábula de Esopo, depois de todo verão se segue o inverno, que talvez venha seguido de uma forte tempestade, que de maneira inesperada poderá vir a se transformar numa tragédia. 

Pena que o autor do artigo "Viver ou Juntar Dinheiro", Max Gehringer não pense como Esopo, mas como uma andorinha que quer viver eternamente no verão.

Bira De Oliveira